Sinopse
Neste concerto de celebração dos 48 anos da Revolução dos Cravos convidamo-lo a escutar obras de Ludwing Van Beethoven, Fernando Lopes-Graça e Joseph Haydn, cuja sonoridade irá trazer-lhe à memória vários momentos da História da Humanidade em que a intensa insatisfação popular levou à transformação profunda da sociedade. A urgente necessidade e vontade de garantir alguns dos pilares fundamentais que se almejam até aos dias de hoje: o Amor, a Vida e a Liberdade, são a inspiração para a música deste concerto.
Notas ao Programa
“Simplesmente Beethoveniana! Fidelio, a única ópera de Beethoven, é um memorial atemporal de Amor, Vida e Liberdade. Uma celebração dos direitos humanos, da liberdade de expressão, à dissidência, um manifesto político contra a tirania e a opressão, um hino à beleza e santidade do casamento, uma afirmação exaltada da fé em Deus como o último recurso humano” (Leonard Bernstein). Poderíamos tentar encontrar outras palavras para descrever esta obra incrível de L. V. Beethoven com que iniciaremos este concerto, mas estas descrevem-na na perfeição.
Passamos de seguida à Sinfonietta de Fernando Lopes-Graça. Encomendada pelo Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian, esta obra foi apresentada pela primeira vez ao público em 1980 pela Orquestra Gulbenkian, à qual foi dedicada. Com o subtítulo Homenagem a Haydn, não só presta tributo ao grande compositor austríaco como se aproxima do seu modelo de sinfonia em vários aspetos, sendo talvez a escolha da instrumentação o mais marcante, bem como um certo caráter rústico reconhecido em muitas obras do compositor. Contudo, apesar da aproximação a algumas caraterísticas de J. Haydn, Fernando Lopes-Graça não deixa de evidenciar na Sinfonietta o seu estilo de composição modernista muito próprio, por exemplo ao nível das harmonias cromáticas e do gosto pela sobreposição de tonalidades (de que o início do último andamento, Allegro con spirito, é um excelente exemplo).
Terminamos com a mais popular das doze Sinfonias de Londres de J. Haydn, habitualmente conhecida como a Sinfonia Militar. O nome deriva do segundo andamento que descreve fanfarras proeminentes e efeitos de percussão, tendo o mesmo sido inspirado num concerto que Haydn escreveu em 1786 para o Rei de Nápoles. Um crítico da época evocou-o como “o rugido infernal da guerra que aumenta para um clímax de sublimidade horrível”. Escute-a com atenção e desfrute desta alusão à revolução.
Obras de L. V BEETHOVEN, F. LOPES-GRAÇA, J. HAYDN
Programa
L. V. BEETHOVEN (1770 – 1827)
Fidélio – Abertura, Op. 72
F. LOPES-GRAÇA (1906 – 1994)
Sinfonietta (Homenagem a Haydn), Op. 220
Adagio — Allegro moderato
Andante
Gaio
Allegro con spirito
J. HAYDN (1732 – 1809)
Sinfonia nº 100 em Sol maior, 'Militar', Hob.I:100
Adagio - Allegro
Allegretto
Minuet - Trio. Moderato
Finale. Presto
Orquestra Clássica do Sul
Rui Pinheiro, Maestro Titular
24/04
FARO
Teatro das Figuras
19h00
Entrada livre
Assembleia Municipal de Faro, Organização